sábado, 26 de março de 2011

Não existes!

Não existes!

Não que sejas único,
és o que não há:

o pecado mais sagrado.

O sabor predileto
nunca ao fim provado.

O medo mais acolhedor,
a distância mais presente,
a certeza mais duvidosa.

O silêncio que ensurdece,
o olhar que cega.

A pele que é cheiro,
O cheiro que é tato,
O tato que é sopro
E percorre inteiro o corpo -
Frescor de fogo,
Prazer exato!

Sonho-te, moves-me.
Torna-te
E logo já não és.
Defino-te, dilui-me,
Rendo-me, escorres.

Quisera fosses vento,
definitivamente não existes!

E nada existe mais que a tua existência em mim...

Não sei de onde vens, desconheço para onde vais.
És meu maior, melhor e mais antigo mistério.
E assim vives:
Mito desejo indecifrável!

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