Não existes!
Não que sejas único,
és o que não há:
o pecado mais sagrado.
O sabor predileto
nunca ao fim provado.
O medo mais acolhedor,
a distância mais presente,
a certeza mais duvidosa.
O silêncio que ensurdece,
o olhar que cega.
A pele que é cheiro,
O cheiro que é tato,
O tato que é sopro
E percorre inteiro o corpo -
Frescor de fogo,
Prazer exato!
Sonho-te, moves-me.
Torna-te
E logo já não és.
Defino-te, dilui-me,
Rendo-me, escorres.
Quisera fosses vento,
definitivamente não existes!
E nada existe mais que a tua existência em mim...
Não sei de onde vens, desconheço para onde vais.
És meu maior, melhor e mais antigo mistério.
E assim vives:
Mito desejo indecifrável!
Saindo da inércia
Há 7 anos

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