sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A ditadura da vida fantástica...

Acho que de tanta propaganda e marketing, com gente linda, feliz e sempre sorridente, passamos a viver sob a ditadura da vida fantástica. Uma adoração a um bem-estar permanente de revista Caras. Há pessoas que parecem ter alergia aos problemas alheios: "não me fale sobre isso"! Não por coincidência, são as mesmas que experimentam a obsessão por transparecer uma vida sem problemas, por mínimos que sejam (de pneu furado a dor de dente), o que dirá se forem graves. São prisioneiras de si próprias, porque não existe prisão maior do que a mentira, e não existe mentira maior do que aquela que inventamos para nós mesmos. Ter problemas é normal, é humano, e potencialmente saudável, se nos fizerem crescer. Ter problemas, pequenos ou grandes, não é sinônimo de infelicidade... Problemas são circunstâncias, felicidade é estado de alma. Libertário é viver isso: tenho problemas e sou feliz. Por uma vida mais "gente como toda a gente", mais pé no chão... a neura vai passear e a psique agradece.

Desabafo

Meu pesar por quem pensa que as pessoas se definem pelo lugar onde moram, pelo status profissional, pela conta bancária, pelos bens, pelo requinte ou "etiqueta" que têm... Não sabem nada da vida. Nunca se interessaram verdadeiramente pela alma humana.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Espelhos da alma

O que olhos e gestos dizem, certas palavras tentam representar. Mas o que não dizem, nenhuma delas será capaz de criar.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Interiorana...

Vontade de viajar calmamente pelo interior... sentir o que exala a alma, como cheiro de mato, perfume de flor. Olhar por dentro como se contempla à noite um tapete de estrelas; nada à frente, só o infinito céu. Ouvir cigarras que cantem sonhos e memórias; ser fecundada por orvalho de pensamentos.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Essa matemática...

Preços altos, conquanto estimados, nem por isso deixam de ser TÃO custosos. Coração não aprende tabuada.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O grito que preciso ouvir

É certo que a vida não precisa de compartimentos tão isolados assim. Às vezes, esquecemos de abrir as janelas para arejar e mais ainda de destrancar as portas. Tentamos evitar o barulho, a poeira, o sol que desbota, o vento que bagunça. E perdemos as cores, a beleza, o brilho, o contato. Ninguém entra, nada chega, tudo mantido intacto e sem vida, como um museu sem visitantes. Bem pior, não estancamos apenas aos olhos alheios, deixamos de transitar por nós mesmos. Enterramos talentos, potencialidades, criatividade, sensibilidade. Paramos, ao invés de fluir. É preciso um pouco de mistura, certa "confusão ordenada", para viver simples a nossa própria complexidade.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

E quando não for sorriso?

Estou aqui lembrando de um exercício que fizemos com toda a congregação no último culto de ações de graça...

Fomos desafiados a agradecer a Deus por quem Ele é, não pelo que Ele faz. O sentido era buscarmos a essência, para enxergarmos que tudo aquilo que Deus faz deriva dos atributos do seu caráter. Tínhamos que refletir pelo que éramos mais gratos a Deus, mas dissociar de conquistas, pessoas, bens materiais, saúde, família, sucesso etc...

Foi complicado! Estamos acostumados a elevar pensamentos de gratidão - se é que estamos -, mas, na maioria das vezes, fazemos isso em agradecimento por questões pontuais. Parêntesis: não há absolutamente nada de errado em voltar ao Pai os olhos quando recebemos certas dádivas e louvá-lo por reconhecer as suas mãos agindo, Ele certamente se agrada disso. O problema é que, se vinculamos sempre a gratidão ao que ganhamos ou estamos sentindo ou mesmo às coisas boas que se mantêm nas nossas vidas, resta a pergunta: e quando a vida trouxer o reverso do que planejávamos, e quando os sentimentos forem ruins, e quando perdermos o que consideramos tão precioso? Para onde vai a gratidão? E sem gratidão, como fica nosso olhar sobre o mover de Deus? Como fica a nossa confiança e entrega? Como podemos nos relacionar com o Pai?

Pode passar despercebido quase sempre, mas o exercício proposto naquela ocasião é capaz de tornar mais efetiva uma certa colocação que aprendemos a usar muitas vezes no fim das nossas orações, retirada do ensinamento da oração de Jesus, o "Pai Nosso": que seja feita a tua vontade! Inúmeras vezes me flagrei dizendo isso da boca para fora, tal qual respondemos "tudo" a quem nos pergunta "e aí, tudo bem?" enquanto o mundo desaba à nossa volta. "Faça-se a tua vontade, não a minha" parece, assim, requisito formal do diálogo com Deus, quase como o "atenciosamente" ao fim de mensagens em contextos que exigem a etiqueta social.

Desde então, tenho pensado sobre o assunto ao conversar com Deus.

Minha primeira prática foi tentar iniciar (ou, ao menos, não esquecer) de agradecê-lo por seu amor incondicional, por sua fidelidade por mim imerecida, por sua misericória infinita, por sua bondade e sua generosidade incompreensíveis, por sua presença, sua presença, sua imutável presença. E então agradecer por fatos que alegraram o meu coração, mas, fixando os olhos no seus atributos, desafiar-me a confessar meus temores para que sejam tratados ali, em comunhão, de modo que o desejo pela vontade do Pai seja real no coração, seja descanso e seja gratidão desapegada.

Quando realmente isso acontece, sinto o foco mantido no alvo certo, em Deus, não nas bênçãos, sinto-me leve, os medos se dissolvem, sinto-me corajosa, sinto-me como um bebê no colo do Pai.